As desigualdades sociais em Brasília

Ao estudar a realidade social de Brasília é comum levar em consideração uma agregação humana distinta, tendo em vista que se trata de um espaço modelado na prancheta, com atributos bem definidos numa área relativamente desocupada, sem nenhum obstáculo social que se confrontasse ao projeto original. Dessa forma, alguns estudiosos compreendem isso como elemento diferenciador entre Brasília e outras cidades que se construíram com dinâmicas diferentes.

No entanto, com o passar do tempo a cidade de Brasília já não se diferencia das demais grandes cidades e capitais, pois as cidades como locus da produção e reprodução do capital e da força de trabalho, refletem, em sua estrutura, a divisão social do trabalho que por sua vez é resultado da divisão de classes.

Brasília ao sair de sua condição de projeto e passar a situação de cidade desenvolve em seu interior as contradições de qualquer metrópole mundial. As consequências dessa situação são espaços diferenciados segundo sua natureza planejada, bem como a respectiva classe social que dele se utiliza. Em Brasília percebe-se, por um lado, a acumulação de riqueza, por outro, o que predominou foi a socialização da miséria.

Essa condição se expressa desde seus primeiros dias de vida citadina quando os candangos, que dirigiram-se à Brasília para a construção da cidade, foram chegando, erguendo barracos e casas de madeira. Já se definia ali, quem seriam aqueles que ocupariam os espaços periféricos.

Hoje, Brasília apresenta a maior renda per capita do Brasil - mais que o dobro da média nacional, segundo informações do Ipea, no entanto, essa qualidade de vida se manifesta no Plano Piloto, enquanto que nas cidades-satélites as condições são diferentes.

De acordo com dados da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, as Regiões Administrativas mais ricas da capital são : Lago Sul, Sudoeste/Octogonal, Lago Norte, Brasília e Park Way; e figuram entre as mais pobres: Estrutural (SCIA) e Itapoã.

Fontes de Pesquisa