Disciplina - História

O nacional-desenvolvimentismo

O estilo de governo de JK uniu a simpatia necessária aos líderes carismáticos e extrema habilidade de negociação, pertinente ao jogo político. Lembrado pelas suas realizações econômicas, incentivou o progresso econômico do país por meio da industrialização. Seu mandato foi marcado por relativa calmaria política.

Para o bom funcionamento da sua proposta desenvolvimentista, JK teve que enfrentar alguns problemas, demandando estratégias que garantissem a manutenção da estabilidade política, e, consequentemente, o sucesso de sua empreitada governamental. Para tal, cortejou os diferentes setores, evitando conflitos, usando de sua habilidade política para atender os interesses de cada grupo social.

Tamanha foi sua capacidade de articulação que, durante seu governo somente dois movimentos de contestação foram registrados: as revoltas militares de Jacareacanga, em fevereiro de 1956 e de Aragarças, em dezembro de 1959. As duas contaram com pequeno número de insatisfeitos, sendo ambas reprimidas pelas Forças Armadas.

Apesar disso, JK implementou o plano sugerido na plataforma política da campanha presidencial, e esse, teve pleno êxito, pois no curso da gestão governamental a economia brasileira registrou uma taxa de crescimento real de 7% ao ano e a produção industrial cresceu 100%. Em contrapartida, o acelerado processo de industrialização registrado no período não deixou de acarretar uma série de problemas de longo prazo para a economia brasileira.

Abrindo a economia para o capital internacional, atraiu o investimento de grandes empresas. Foi no governo JK que entraram no país as primeiras multinacionais. Estas indústrias instalaram suas filiais na região sudeste do Brasil, principalmente, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC. Este fato fez aumentar o êxodo rural e a migração de nordestinos e nortistas de suas regiões para as grandes cidades do Sudeste.

O governo também realizava investimentos no setor industrial a partir da emissão monetária que ocasionou um agravamento do processo inflacionário, enquanto que a abertura da economia ao capital estrangeiro gerou uma progressiva desnacionalização econômica, porque as empresas estrangeiras passaram a controlar setores industriais estratégicos da economia nacional.

Como estratégia econômica JK estabeleceu o Plano de Metas, cujo objetivo era crescer "cinquenta anos em cinco". Esse plano elencava 31 metas que deveriam ser cumpridas durante seu mandato:

As 31 metas

Energia (metas de 1 a 5): Energia elétrica, nuclear, carvão, produção e refino de petróleo;
Transportes (metas de 2 a 12):  Reativar estradas de ferro, estradas de rodagem, portos, barragens, marinha mercante e aviação;
Alimentação (metas de 13 a 18): Trigo, armazenagem e silos, frigoríficos, matadouros, tecnologia no campo e fertilizantes;
Indústrias de base (metas 19 a 29): Alumínio, metais não ferrosos, álcalis, papel e celulose, borracha, exportação de ferro, industria de automóveis e construção naval, maquinas pesadas e material elétrico;
Educação (meta 30);
Brasília (meta 31): Construção de uma nova capital no Planalto Central, a meta-síntese.

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